A
profecia das Sete Trombetas revela a estratégia de Satanás para conseguir a
aprovação do Decreto de Morte. As Sete Trombetas revelam os acontecimentos que
ocorrerão após o fechamento da porta da graça quando Satanás terá um completo
domínio sobre os ímpios.
“Naquele
tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus Santo, sem
intercessor... Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito
de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado” (O Grande
Conflito, 614).
Na
ordem bíblica a profecia das Sete Trombetas dá seqüência à profecia dos Sete
Selos, que se encerra em Ap 8:1. Este capítulo apresenta, então, as mensagens
das quatro primeiras trombetas. Com o capítulo 9, encerram-se as seis primeiras
mensagens.
Conteúdo
dos capítulos seguintes:
Ap
10. Apresenta a voz dos Sete Trovões, que é uma poderosa mensagem para o fiel
remanescente de Deus, revelando na sua ordem os eventos finais relacionados com
a proclamação das três mensagens angélicas.
Ap
11. Fala sobre a Medição dos Adoradores, as Duas Testemunhas e a Sétima
Trombeta.
Ap
12. Trata do Conflito Cósmico e mostra a origem do dragão com sete cabeças e
dez chifres. Mostra que o dragão é a besta original, chamada de a besta do
abismo.
Ap
13. Antes de falar das duas outras bestas do capítulo treze a profecia fala do
Conflito Cósmico que deu origem ao pecado e trouxe para o planeta Terra o anjo
do abismo.
Ap
14. Os capítulos treze e catorze são considerados o centro do Apocalipse. Eles
expõem a trindade satânica composta pelas três bestas em desafio à trindade
divina. O capítulo catorze fala de um pequeno grupo de oposição que estará ao
lado de Deus no Grande Conflito, chamado de: os 144.000! Eles são a resposta
divina ao poderoso eixo do mal.
“No
conceito tradicional adventista, as trombetas abrangem a história da Era
Cristã, cobrindo os mesmos períodos das sete igrejas:
1ª
Trombeta:
Invasão gótica do Império Romano do Ocidente – os visigodos sob a liderança de
Alarico (410 d.C.).
2ª
Trombeta:
Os vândalos, sob a liderança de Genserico, atacam Roma pelo mar, destruindo a
frota romana pelo fogo (455 d.C.).
3ª
Trombeta:
Roma é atacada pelos hunos sob a liderança de Átila (5º Século).
4ª
Trombeta:
O governo romano é destruído sucessivamente: primeiro os imperadores, depois os
senadores e então os cônsules (5º e 6º Séculos).
5ª
Trombeta:
Os sarracenos (forças islâmicas) sob a liderança de Maomé invadem a parte
oriental do Império Romano (7º Século).
6ª
Trombeta:
Tropas turcas destroem o Império Romano Oriental (Séculos XIV e XV).
7ª
Trombeta:
O fim do mundo.
(Joseph
J. Battistone, Lição da Escola Sabatina, primeira parte, 2º trim. 1989,
125).
Com
a intenção de ajudar aos que se interessam no estudo das Sete Trombetas,
apresentamos aqui uma interpretação que, embora diferente da histórica, é
plenamente bíblica e coerente. Como igreja admitimos que não temos toda luz e
que a revelação divina é progressiva; portanto, é de grande proveito para os
estudiosos das profecias bíblicas analisarem as Sete Trombetas como eventos
que ocorrerão após o fechamento da porta da graça;
“Os
Adventistas do Sétimo Dia estão constantemente estudando a profecia das
trombetas. Como admitimos que não possuímos toda a luz, precisamos volver-nos
para o Senhor e pedir a iluminação do Espírito Santo ao procurarmos compreender
essa profecia”. (Joseph J. Battistone, Lição da Escola Sabatina,
primeira parte, 2º trim. 1989, 127).
O
autor da lição continua: “O toque das trombetas não começa até que seja
concluída a obra do Anjo, de oferecer incenso (Ap 8:6)... É como se fosse
dito a João: Os sete trombeteiros estão prontos para tocar. Primeiro terá de
cessar, porém, o oferecimento do incenso. Então as trombetas poderão soar”.
Nessa ocasião (após o fim da graça) Deus permitirá que ocorram os eventos
descritos sob cada uma das trombetas.
“Quando
Ele atirar o Seu incensário à Terra, cessará o ministério intercessor de
Cristo. Terminará o tempo da graça, haverá trovões, vozes, relâmpagos e um
grande terremoto... Estes eventos dramatizam o fim do tempo da graça para os
seres humanos”. (Joseph J. Battistone, Lição da Escola Sabatina,
primeira parte, 2º trim. 1989, 120, 121).
A
maior obra destruidora de Satanás começa logo após Jesus ter lançado o
incensário sobre a Terra.:
“Deixando
Ele o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra... e Satanás tem
domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Terminou a
longanimidade de Deus... O Espírito de Deus, persistentemente resistido,
foi, por, fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm proteção contra
o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande
angústia final”.
(O Grande Conflito, 620. Citado pelo autor da Lição
da Escola Sabatina, 124).
É
desejo de Deus que nós entendamos os acontecimentos que ocorrerão na Terra após
o fechamento da porta da graça; por isso Ele diz:
“Certamente o Senhor Jeová
não fará coisa alguma, sem ter revelado o Seu segredo aos Seus servos, os
profetas” (Am 3:7).
As
trombetas anunciam alguns dos mais terríveis e dramáticos eventos com os quais
Satanás atormentará os ímpios... Poderia Satanás tentar imitar as Sete
Pragas de Deus? Seria isso uma novidade?
No
passado, no Egito, Satanás tentou imitar as dez pragas, e no futuro, logo
após o fechamento da porta da graça, ele novamente tentará contrafazer as
pragas.
Mais
de uma vez no espírito de profecia se repete a frase: “A história vai se
repetir”. É evidente que “deve haver alguma relação entre as trombetas e as
pragas. A natureza básica tanto das trombetas como das pragas deve ser a
mesma; ambas são juízos e castigos sobre os ímpios; mas, conquanto sejam
semelhantes, não são iguais”. (Edwin R. Thiele, Apocalipse: Esboço de
Estudos, vol. 2, 157, 158).
A
procedência dos juízos das Sete Trombetas é uma, enquanto que a procedência dos
juízos das Sete Pragas é outra.
A
Bíblia fala de Juízos Diretos, que são resultados diretos da ação divina: As
Dez Pragas do Egito, o Dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, as Sete
Pragas do Apocalípse, e outros.
Os
Juízos Indiretos, resultam da ação de Satanás, porém com a permissão divina: A
contrafação das pragas do Egito, as tragédias e calamidades de todo tipo vindas
da ação da Natureza. Nesta categoria de Juízos Indiretos estão também os juízos
anunciados nas Sete Trombetas.
Há
paralelismo inegável entre as Sete Trombetas e as Sete Pragas. Thiele e
Battistone reconhecem esse paralelismo.
Paralelismo
entre as trombetas e as pragas:
O
anúncio das trombetas vem do Lugar Santo do Santuário, onde Jesus Se demora por
um pouco de tempo depois de ter deixado o Santíssimo. Sua permanência no Santo
é para que os últimos convertidos sejam também selados. Jesus quer que os
144.000, como líderes espirituais da grande multidão recém-convertida na hora
undécima, estejam habilitados para instruir e guiar essa multidão de salvos
durante o período de angústia qual nunca houve.
As
trombetas como sendo eventos futuros: “Solenes acontecimentos ainda ocorrerão
diante de nós. Soará trombeta após trombeta, será derramada uma taça
após a outra sobre os habitantes da Terra. Cenas de estupendo interesse estão
precisamente sobre nós”. (SDA Bible Commentary, vol. 7, 982).
Na
Lição da Escola Sabatina de 1989, encontramos perguntas sugestivas que
merecem ser analisadas:
Será
que as trombetas constituem a obra destruidora da parte de Satanás, ao passo
que as pragas constituem a obra neutralizadora da parte de Deus?
Quem
é a estrela que caiu do Céu sob a terceira trombeta?
(Ap
8:10). Pode referir-se a um falso profeta ou a Satanás?
(Joseph J.
Battistone, Lição da Escola Sabatina, primeira parte, 2º trim. 1989,
128, 135).
O
espírito de profecia relaciona as trombetas com as sete últimas pragas, dando a
entender que são eventos futuros.
“A
ira de Satanás aumenta à medida em que o tempo se abrevia, e sua obra de engano
e destruição atingirá o auge no tempo de angústia. Terríveis cenas de
caráter sobrenatural logo se manifestarão nos céus, como indício do poder
dos demônios, operadores de prodígios” (O Grande Conflito, 623-624).
Quando
será o auge do engano satânico?
Porventura
não será quando os quatro anjos soltarem os quatro ventos após Jesus “lançar
o incensário sobre a Terra” e proclamar “está feito”? Deveríamos
identificar os eventos anunciados nas trombetas como obras de Satanás porque
Ap 8:13 e 12:12 nos leva a entender assim.
“E
olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai!
dos que habitam sobre a Terra! Por causa das outras vozes das trombetas dos
três anjos que hão de ainda tocar”.
“Ai
dos que habitam na terra e no mar; porque o Diabo desceu a vós, e tem grande
ira, sabendo que já tem pouco tempo”.
O
anúncio das trombetas vem do Santuário, mas os “ais” são obras de
Satanás, obras de engano e destruição no período de angústia. A angústia qual
nunca houve é intensificada depois que Miguel Se levanta e lança o
incensário:
“E
naquele templo Se levantará Miguel... Naquele tempo livrar-se-á o teu povo,
todo aquele que se achar inscrito no livro” (Dn 12:1).
Dn
12:1 e Ap 8:5 se correspondem pois estão falando do mesmo evento.
Se
não fosse pela revelação divina não saberíamos que as trombetas são
acontecimentos sobrenaturais e juízos provocados pelos demônios... Muitos
confundirão os juízos das trombetas com os juízos das pragas como sendo a mesma
coisa. Culparão a Deus pela devastadora destruição e mortandade
anunciadas nas trombetas quando elas são obras de Satanás.
“Satanás
está preparando seus enganos, de forma que em sua última campanha contra o povo
de Deus, eles não entendam que é ele” (Testimonies, vol. 1, 341).
“Sua
obra de engano e destruição atingirá o auge no tempo de angústia. Terríveis
cenas de caráter sobrenatural logo se manifestarão nos céus, como indício do
poder dos demônios, operadores de prodígios” (O Grande Conflito,
623-624).
Por
que Satanás seguiria a seqüência delineada nas Sete Trombetas? Por que ele não
mistura tudo para causar maior confusão?
Porque
existem regras e limites estabelecidos por Deus. No Éden o acesso que Satanás
teria a Adão e Eva estava restrito à Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. No
teste aplicado a Jó, novamente Satanás teve seu curso de ação limitado. Após
o fechamento da porta da graça Satanás estará não somente limitado mas também
direcionado. Ele tem que seguir os eventos delineados nas Sete Trombetas.
Será
permitido a Satanás imitar as pragas,
mas o seu curso e ação já estão predeterminados. A única coisa que Satanás pode
fazer e está se esforçando em fazer, é impedir o povo de Deus de estudar a
profecia e entender a sua estratégia... Quanto menos souberem, maior será a
angústia.
“Ninguém
necessita estar em trevas no que respeita àquilo que está para vir sobre a
Terrra” (O Grande Conflito, 341-342).
Há
consistência bíblica em pensar que as trombetas representam o esforço de
Satanás em contrafazer as pragas, como foi no Egito. Ellen G. White diz:
“As
pragas que sobrevieram ao Egito quando Deus estava prestes a libertar Israel,
eram de caráter semelhante aos juízos mais terríveis e extensos que devem cair
sobre o mundo precisamente antes do libertamento final do povo de Deus”. (O
Grande Conflito, 627-628).
“Satanás
está constantemente procurando contrafazer a obra de Cristo, e estabelecer seu
poder e pretensões”. (Patriarcas e
Profetas, 269).
Após
Deus libertar Seu povo da escravidão do Egito, proclamou o Seu concerto de
paz concedendo aos seus filhos os Dez Mandamentos. Do mesmo modo Deus Se
esforçará para libertar o Seu povo dos ataques de Satanás e anunciará de forma
audível Seu concerto de paz mostrando novamente às multidões a Lei dos Dez
Mandamentos, antes de introduzir na Canaã Celestial os que forem salvos
pela Sua graça.
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