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domingo, 30 de dezembro de 2012

Introdução “As Sete Trombetas”.



A profecia das Sete Trombetas revela a estratégia de Satanás para conseguir a aprovação do Decreto de Morte. As Sete Trombetas revelam os acontecimentos que ocorrerão após o fechamento da porta da graça quando Satanás terá um completo domínio sobre os ímpios.

“Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus Santo, sem intercessor... Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado” (O Grande Conflito, 614).

Na ordem bíblica a profecia das Sete Trombetas dá seqüência à profecia dos Sete Selos, que se encerra em Ap 8:1. Este capítulo apresenta, então, as mensagens das quatro primeiras trombetas. Com o capítulo 9, encerram-se as seis primeiras mensagens.

Conteúdo dos capítulos seguintes:

Ap 10. Apresenta a voz dos Sete Trovões, que é uma poderosa mensagem para o fiel remanescente de Deus, revelando na sua ordem os eventos finais relacionados com a proclamação das três mensagens angélicas.

Ap 11. Fala sobre a Medição dos Adoradores, as Duas Testemunhas e a Sétima Trombeta.

Ap 12. Trata do Conflito Cósmico e mostra a origem do dragão com sete cabeças e dez chifres. Mostra que o dragão é a besta original, chamada de a besta do abismo.

Ap 13. Antes de falar das duas outras bestas do capítulo treze a profecia fala do Conflito Cósmico que deu origem ao pecado e trouxe para o planeta Terra o anjo do abismo.

Ap 14. Os capítulos treze e catorze são considerados o centro do Apocalipse. Eles expõem a trindade satânica composta pelas três bestas em desafio à trindade divina. O capítulo catorze fala de um pequeno grupo de oposição que estará ao lado de Deus no Grande Conflito, chamado de: os 144.000! Eles são a resposta divina ao poderoso eixo do mal.

“No conceito tradicional adventista, as trombetas abrangem a história da Era Cristã, cobrindo os mesmos períodos das sete igrejas:




1ª Trombeta: Invasão gótica do Império Romano do Ocidente – os visigodos sob a liderança de Alarico (410 d.C.).

2ª Trombeta: Os vândalos, sob a liderança de Genserico, atacam Roma pelo mar, destruindo a frota romana pelo fogo (455 d.C.).

3ª Trombeta: Roma é atacada pelos hunos sob a liderança de Átila (5º Século).

4ª Trombeta: O governo romano é destruído sucessivamente: primeiro os imperadores, depois os senadores e então os cônsules (5º e 6º Séculos).

5ª Trombeta: Os sarracenos (forças islâmicas) sob a liderança de Maomé invadem a parte oriental do Império Romano (7º Século).

6ª Trombeta: Tropas turcas destroem o Império Romano Oriental (Séculos XIV e XV).

7ª Trombeta: O fim do mundo.

(Joseph J. Battistone, Lição da Escola Sabatina, primeira parte, 2º trim. 1989, 125).

Com a intenção de ajudar aos que se interessam no estudo das Sete Trombetas, apresentamos aqui uma interpretação que, embora diferente da histórica, é plenamente bíblica e coerente. Como igreja admitimos que não temos toda luz e que a revelação divina é progressiva; portanto, é de grande proveito para os estudiosos das profecias bíblicas analisarem as Sete Trombetas como eventos que ocorrerão após o fechamento da porta da graça;

“Os Adventistas do Sétimo Dia estão constantemente estudando a profecia das trombetas. Como admitimos que não possuímos toda a luz, precisamos volver-nos para o Senhor e pedir a iluminação do Espírito Santo ao procurarmos compreender essa profecia”. (Joseph J. Battistone, Lição da Escola Sabatina, primeira parte, 2º trim. 1989, 127).

O autor da lição continua: “O toque das trombetas não começa até que seja concluída a obra do Anjo, de oferecer incenso (Ap 8:6)... É como se fosse dito a João: Os sete trombeteiros estão prontos para tocar. Primeiro terá de cessar, porém, o oferecimento do incenso. Então as trombetas poderão soar”. Nessa ocasião (após o fim da graça) Deus permitirá que ocorram os eventos descritos sob cada uma das trombetas.

“Quando Ele atirar o Seu incensário à Terra, cessará o ministério intercessor de Cristo. Terminará o tempo da graça, haverá trovões, vozes, relâmpagos e um grande terremoto... Estes eventos dramatizam o fim do tempo da graça para os seres humanos”. (Joseph J. Battistone, Lição da Escola Sabatina, primeira parte, 2º trim. 1989, 120, 121).

A maior obra destruidora de Satanás começa logo após Jesus ter lançado o incensário sobre a Terra.:

“Deixando Ele o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra... e Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Terminou a longanimidade de Deus... O Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por, fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final”. 
(O Grande Conflito, 620. Citado pelo autor da Lição da Escola Sabatina, 124).

É desejo de Deus que nós entendamos os acontecimentos que ocorrerão na Terra após o fechamento da porta da graça; por isso Ele diz: 

Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o Seu segredo aos Seus servos, os profetas” (Am 3:7).

As trombetas anunciam alguns dos mais terríveis e dramáticos eventos com os quais Satanás atormentará os ímpios... Poderia Satanás tentar imitar as Sete Pragas de Deus? Seria isso uma novidade?

No passado, no Egito, Satanás tentou imitar as dez pragas, e no futuro, logo após o fechamento da porta da graça, ele novamente tentará contrafazer as pragas.

Mais de uma vez no espírito de profecia se repete a frase: “A história vai se repetir”. É evidente que “deve haver alguma relação entre as trombetas e as pragas. A natureza básica tanto das trombetas como das pragas deve ser a mesma; ambas são juízos e castigos sobre os ímpios; mas, conquanto sejam semelhantes, não são iguais”. (Edwin R. Thiele, Apocalipse: Esboço de Estudos, vol. 2, 157, 158).

A procedência dos juízos das Sete Trombetas é uma, enquanto que a procedência dos juízos das Sete Pragas é outra.

A Bíblia fala de Juízos Diretos, que são resultados diretos da ação divina: As Dez Pragas do Egito, o Dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, as Sete Pragas do Apocalípse, e outros.

Os Juízos Indiretos, resultam da ação de Satanás, porém com a permissão divina: A contrafação das pragas do Egito, as tragédias e calamidades de todo tipo vindas da ação da Natureza. Nesta categoria de Juízos Indiretos estão também os juízos anunciados nas Sete Trombetas.

Há paralelismo inegável entre as Sete Trombetas e as Sete Pragas. Thiele e Battistone reconhecem esse paralelismo.

Paralelismo entre as trombetas e as pragas:


           
O anúncio das trombetas vem do Lugar Santo do Santuário, onde Jesus Se demora por um pouco de tempo depois de ter deixado o Santíssimo. Sua permanência no Santo é para que os últimos convertidos sejam também selados. Jesus quer que os 144.000, como líderes espirituais da grande multidão recém-convertida na hora undécima, estejam habilitados para instruir e guiar essa multidão de salvos durante o período de angústia qual nunca houve.

As trombetas como sendo eventos futuros: “Solenes acontecimentos ainda ocorrerão diante de nós. Soará trombeta após trombeta, será derramada uma taça após a outra sobre os habitantes da Terra. Cenas de estupendo interesse estão precisamente sobre nós”. (SDA Bible Commentary, vol. 7, 982).

Na Lição da Escola Sabatina de 1989, encontramos perguntas sugestivas que merecem ser analisadas:

Será que as trombetas constituem a obra destruidora da parte de Satanás, ao passo que as pragas constituem a obra neutralizadora da parte de Deus?

Quem é a estrela que caiu do Céu sob a terceira trombeta?

(Ap 8:10). Pode referir-se a um falso profeta ou a Satanás?
(Joseph J. Battistone, Lição da Escola Sabatina, primeira parte, 2º trim. 1989, 128, 135).

O espírito de profecia relaciona as trombetas com as sete últimas pragas, dando a entender que são eventos futuros.

“A ira de Satanás aumenta à medida em que o tempo se abrevia, e sua obra de engano e destruição atingirá o auge no tempo de angústia. Terríveis cenas de caráter sobrenatural logo se manifestarão nos céus, como indício do poder dos demônios, operadores de prodígios” (O Grande Conflito, 623-624).

Quando será o auge do engano satânico?

Porventura não será quando os quatro anjos soltarem os quatro ventos após Jesus “lançar o incensário sobre a Terra” e proclamar “está feito”? Deveríamos identificar os eventos anunciados nas trombetas como obras de Satanás porque Ap 8:13 e 12:12 nos leva a entender assim.

“E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! dos que habitam sobre a Terra! Por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar”.
“Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o Diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo”.

O anúncio das trombetas vem do Santuário, mas os “ais” são obras de Satanás, obras de engano e destruição no período de angústia. A angústia qual nunca houve é intensificada depois que Miguel Se levanta e lança o incensário:

E naquele templo Se levantará Miguel... Naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar inscrito no livro” (Dn 12:1).

Dn 12:1 e Ap 8:5 se correspondem pois estão falando do mesmo evento.

Se não fosse pela revelação divina não saberíamos que as trombetas são acontecimentos sobrenaturais e juízos provocados pelos demônios... Muitos confundirão os juízos das trombetas com os juízos das pragas como sendo a mesma coisa. Culparão a Deus pela devastadora destruição e mortandade anunciadas nas trombetas quando elas são obras de Satanás.

“Satanás está preparando seus enganos, de forma que em sua última campanha contra o povo de Deus, eles não entendam que é ele” (Testimonies, vol. 1, 341).

Sua obra de engano e destruição atingirá o auge no tempo de angústia. Terríveis cenas de caráter sobrenatural logo se manifestarão nos céus, como indício do poder dos demônios, operadores de prodígios” (O Grande Conflito, 623-624).

Por que Satanás seguiria a seqüência delineada nas Sete Trombetas? Por que ele não mistura tudo para causar maior confusão?
       
Porque existem regras e limites estabelecidos por Deus. No Éden o acesso que Satanás teria a Adão e Eva estava restrito à Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. No teste aplicado a Jó, novamente Satanás teve seu curso de ação limitado. Após o fechamento da porta da graça Satanás estará não somente limitado mas também direcionado. Ele tem que seguir os eventos delineados nas Sete Trombetas.  

Será permitido a Satanás imitar as pragas, mas o seu curso e ação já estão predeterminados. A única coisa que Satanás pode fazer e está se esforçando em fazer, é impedir o povo de Deus de estudar a profecia e entender a sua estratégia... Quanto menos souberem, maior será a angústia.

Ninguém necessita estar em trevas no que respeita àquilo que está para vir sobre a Terrra” (O Grande Conflito, 341-342).

Há consistência bíblica em pensar que as trombetas representam o esforço de Satanás em contrafazer as pragas, como foi no Egito. Ellen G. White diz:

“As pragas que sobrevieram ao Egito quando Deus estava prestes a libertar Israel, eram de caráter semelhante aos juízos mais terríveis e extensos que devem cair sobre o mundo precisamente antes do libertamento final do povo de Deus”. (O Grande Conflito, 627-628).

“Satanás está constantemente procurando contrafazer a obra de Cristo, e estabelecer seu poder e pretensões”. (Patriarcas e Profetas, 269).

Após Deus libertar Seu povo da escravidão do Egito, proclamou o Seu concerto de paz concedendo aos seus filhos os Dez Mandamentos. Do mesmo modo Deus Se esforçará para libertar o Seu povo dos ataques de Satanás e anunciará de forma audível Seu concerto de paz mostrando novamente às multidões a Lei dos Dez Mandamentos, antes de introduzir na Canaã Celestial os que forem salvos pela Sua graça.

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