“E,
havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer o terceiro animal: Vem, e vê. E
olhei, e eis um cavalo preto; e o que sobre ele estava assentado tinha uma
balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: uma
medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e
não danifiqueis o azeite e o vinho” (Ap 6:5-6).
A
mensagem do terceiro selo é anunciada pelo terceiro ser vivente, que tinha
rosto como de homem. Este era o símbolo na bandeira de Rúbem, o primogênito de
Jacó que perdeu o direito da primogenitura
porque se entregou à prostituição, ao deitar-se com uma das concubinas
do seu pai. A atitude de Rúbem é um símbolo apropriado da grande Meretriz com a
qual se prostituíram todos os reis da terra (Ap 17:2).
A
grande Meretriz é a igreja que deixou de confiar em Deus para confiar no Homem
do pecado, no Filho da Perdição,
“o
qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de
sorte que se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (II Ts 2:3-4),
mas
ele não é Deus; é simplesmente um homem, chamado de o homem do pecado. A
descrição do que fez Rúbem é também uma descrição do que fez a Igreja Mãe (Ap
17).
O
cavalo preto representa o papado, o Rei do Norte de Dn 11:40-45. Isso é confirmado por Tiago White e outros pioneiros
da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Tiago
White Review and Herald, 29/11/1877). Zacarias novamente ajuda a
entender o significado da profecia.
Zacarias 6:6 diz: “O carro em que estão os cavalos pretos sai para a terra do Norte”.
Essa
corrida para a terra do Norte está relacionada com a Babilônia espiritual, a
Igreja Mãe, a Mãe das meretrizes de Ap 17:5. Essa é a maior igreja cristã do
planeta, pois também professa fé em Jesus, por isso a Igreja de Roma também
será julgada no juízo pré-advento.
“Tinha
uma balança na mão”.
Jesus
Se apresenta como sendo o Cavaleiro do cavalo preto, o único que tem a balança
do juízo nas mãos, o único que pode dizer: “Pesado foste na balança e achado
em falta” (Dn 5:27).
Daniel
5 retrata o julgamento da Babilônia literal, enquanto Ap 6:5-6 e 14:9-11
referem-se à Babilônia espiritual. A linguagem usada por Daniel e João é uma
linguagem de juízo. O simbolismo da balança no terceiro selo representa um
julgamento justo e misericordioso para com as almas que saem de Babilônia na
última hora. Ellen White diz que a mensagem do terceiro anjo assinala o momento
certo da grande colheita dos sinceros que vêm de Babilônia.
“Vi
então o terceiro anjo. Disse o meu anjo acompanhante:
´Terrível
é sua obra. Tremenda sua missão. Ele é o que deve separar o trigo e o joio, e
selar, ou atar o trigo para o celeiro celestial. Essas coisas devem absorver
toda a mente, a atenção toda”. (Primeiros
Escritos, 118).
Este
é o ponto central do terceiro selo”.
“Nessa
balança do Santuário serão pesados os membros individuais da igreja cristã;
e se seu caráter moral e seu estado espiritual não corresponderem aos
benefícios e bênçãos que lhes foram conferidos, serão achados em falta”. (Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos, 450).
“A
menos que entremos no Santuário do Céu e nos unamos com Cristo, com temor e
tremor, trabalhando pela nossa salvação, nós seremos pesados nas balanças do
Santuário, e achados em falta”. (SDA
Bible Comentary, vol. 7, 933-934).
A
balança mencionada em Dn 5:27 e a balança de Ap 6:5 foram vistas também por
Ellen White como sendo as balanças do Santuário. Essa é uma linguagem simbólica,
puramente de juízo.
Outra
evidência de que o terceiro selo, o cavalo preto, corresponde à Igreja de Roma,
o papado, pode ser encontrada na terceira mensagem angélica de Ap 14:9-10.
A
mensagem se aplica primeiramente à Igreja de Roma, e em segundo lugar à imagem
da besta. Logo, a advertência do terceiro anjo é contra todos os que
recebem o sinal da besta, e a advertência do terceiro selo é para que
não sejam danificados nem o azeite e nem o vinho.
Estes
são os símbolos que representam o povo sincero e temente a Deus que ainda está
dentro da Igreja de Roma. Essas pessoas não devem ser desprezadas. Durante a
Chuva Serôdia do Espírito Santo, milhares e milhares deixarão a apostasia e se
unirão aos que “guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus”. (Ap
14:12).
Milhares
de cristãos que já desceram à sepultura, foram membros da igreja caída,
todavia, seguiram a luz recebida e serão julgados no juízo pré-advento, de
acordo com a luz que possuíam.. Por isso, na mensagem do cavalo preto,
Jesus, o Cavaleiro, está dizendo: “não danifiqueis o azeite e o vinho”
(Ap 6:6)”.
“O
azeite e o vinho”. A frase é usada em relação ao trigo e à cevada;
representam os conversos da última hora, e esta será a maior de todas as
colheitas.
“No
capítulo dezoito do Apocalipse, o povo de Deus é convidado a sair de Babilônia.
De acordo com esta passagem, muitos do povo de Deus ainda devem estar em Babilônia.
E em que corporações religiosas se encontrará hoje a maior parte dos
seguidores de Cristo? Sem dúvida, nas várias igrejas que professam a fé
protestante... Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus
prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos
verdadeiros seguidores de Cristo encontra-se ainda em sua comunhão” (Grande
Conflito, 383, 390).
“Para
reaver para si o homem e assegurar-lhe a eterna salvação, Cristo abandonou a
corte celestial e veio a esta Terra onde por ele padeceu ignomínia, morrendo
para libertá-lo. À vista do preço infinito que pagou pelo seu resgate, como
ousará alguém, que professa o nome de Cristo, tratar com indiferença ao mais
humilde de Seus discípulos? Quão circunspectos devem ser na igreja os irmãos e
irmãs, tanto nas palavras como nas ações, a fim de não prejudicar o azeite e
o vinho!”. (Testemunhos Seletos, vol. 2, 258).
Através
do Alto Clamor o azeite e o vinho serão chamados a sair de Babilônia e se
unirem ao remanescente fiel.
O
último convite será feito antes do fechamento da porta da graça; e o
remanescente fiel terá uma grande tarefa pela frente: instruir a grande
multidão.
“Alguns
de nós temos tido tempo de possuir a verdade e progredir passo a passo, e cada
passo dado tem-nos propiciado força para o seguinte. Mas agora o tempo está
quase findo, e o que durante anos temos estado aprendendo, eles terão de
aprender em poucos meses. Terão também muito que desaprender e muito que
tornar a aprender. Os que não receberam o sinal da besta e da sua imagem,
quando sair o decreto, terão que estar decididos a dizer agora: Não, não
mostraremos estima pela instituição da besta” (Primeiros Escritos, 67).
O
remanescente de Deus deve tratar os discípulos vindos de Babilônia com muito
cuidado, para não danificar o azeite e o vinho, mas prepará-los para estarem em
pé diante de Deus durante as sete últimas pragas.
A
ênfase do terceiro selo é colocada especialmente nos conversos da hora undécima
(Ap 18:4). Essa grande multidão também faz parte do juízo pré-advento, do Juízo
dos Vivos, e serão selados pelo Selo do Deus Vivo.
“Há
muitas almas que sairão das fileiras do mundo e das igrejas, até da Igreja
Católica, cujo zelo excederá consideravelmente o dos que têm estado a postos
para proclamar a verdade até agora. Por esta razão os trabalhadores da hora
undécima receberão o seu denário” (Mensagens Escolhidas, vol. 3, 386,
387).
“Os
trabalhadores de uma hora serão chamados na hora undécima, e eles consagrarão
sua habilidade e seus recursos para fazer avançar a obra do Senhor”. (Review
and Herald, 21/12/1997).
“Vi
que os que ultimamente têm abraçado a verdade terão que aprender o que é sofrer
por amor de Cristo... e pelo sofrimento capacitados a receber o Selo do Deus
Vivo e a passar pelo tempo de angústia”, (Primeiros Escritos,
67).
O
profeta Joel prediz que no tempo da Chuva Serôdia haverá uma grande colheita de
almas:
“E
vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no Senhor vosso Deus,
porque ele vos dará ensinador de justiça, e fará descer a chuva, a
Temporã e a Serôdia, no primeiro mês. E as eiras se encherão de trigo, e os
lagares transbordarão de vinho e de óleo” (Joel 2:23-24).
“O
Trigo e a Cevada”. O que representam? A cevada era mais barata que o trigo.
O trigo era o principal alimento do povo da Palestina; a cevada era o alimento
comum usado pelos pobres, e também pelos animais.
O alto preço do trigo
e da cevada mostra quão preciosos são para Deus aqueles representados por esses
cereais. Trigo e cevada são representados na Bíblia como parte do povo de Deus,
e não podem ser confundidos como joio.
O
trigo representa os fiéis que serão recolhidos ao celeiro na volta de Jesus (Mt
13:24-30). A cevada, por sua vez, é mencionada na festa das Primícias (Lv
23:9-14).
Os molhos das Primícias eram feitos dos melhores grãos de cevada, e
representavam a colheita. “Uma medida de trigo por um dinheiro, e três
medidas de cevada por um dinheiro”.
Deus
oferece aos trabalhadores da última hora a mesma recompensa oferecida aos que
trabalharam o dia todo.
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